terça-feira, 3 de agosto de 2010

DAIME entendimento

Em que tempo estamos vivendo? É o que me questiono quando insisto em ligar a televisão para saber das notícias, vendo aos telejornais, que não pela falta de assunto, mas pelo excesso de sensacionalismo em tempo integral, só nos mostra repetidas vezes, tragédias diárias.
O Brasil perdeu o Glauco, um dos melhores cartunistas que tivemos. Um artista de um humor inteligentíssimo e ainda custo a acreditar.
Um garoto de 24 anos matou Glauco, que além de cartunista, era também o líder religioso da igreja da doutrina do Santo Daime, seita em que os adeptos tomam um chá alucinógeno, enquanto se concentram nos hinos cantados. O crime chocou o país inteiro.
Fico a refletir de quem é culpa dessa loucura toda?
Do governo? Do Daime? Creio que não.
E tentando olhar de um outro ponto de vista, arrisco: “culpar” a nossa sociedade, as nossas atitudes, ou melhor: a falta delas!
Minha geração condena o gordinho, tem estereótipos, somos praticamente todos iguais, cada um com sua tribo.
O legal é ir pra Rave, e ficar doidão.
A futilidade, a ignorância e a falta de amor próprio tomaram conta de nossas cabeças.
Agimos como que se o pensar e o fazer diferente fossem um crime. Apontar os defeitos dos outros, é bem mais fácil do enaltecer as qualidades, e que olhar para dentro de nós mesmos e nos corrigir.
Festas sem fim, andar na moda, usar drogas é bonito, é moderno! Mas é exatamente isso que causa o vazio em nossos jovens, que nesse mundo tecnológico e frio poderá os enlouquecer...
E assim, jovens sem perspectiva e sem o devido cuidado, assim como o Carlos Eduardo, assassino do Glauco, que não estava nada compromissado com a espiritualidade, e busca na religião apenas o que lhe interessa, o que não interessa descarta, e assim usam drogas como busca de uma vivência espiritual.
Acredito que é isso que faz a moçada, que não sabe mais sair do círculo vicioso de onde entrou, encontrar uma saída numa religião que não é para ela.
A falta de acompanhamento ao tomar o Daime, a falta de maturidade, de autoconhecimento, gera a eterna busca, que a pessoa nem sabe o que está buscando. É necessária a compreensão de que o chá não é para se divertir no final de semana. Não é para qualquer um, e nem para todos. Não é urbano, não é moda e não é divertimento!

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